Toxina botulínica: nova prática odontológica

Embora o mecanismo de ação da neurotoxina botulínica, produzida pela bactéria gram-positiva anaeróbia, Clostridium botulinum, seja conhecido pela comunidade científica a mais de um século, as pesquisas sobre o uso da neurotoxina botulínica como agente terapêutico só tiveram início no final da década de 70, tendo sido liberado seu uso pelo Food and Drug Administration (FDA), nos EUA, somente em 1989 para o tratamento de estrabismo, blefaroespasmo e espasmo hemifacial. No Brasil, foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 2000 para tratamento cosmético, sendo que em 2009 a agência liberou o uso da neurotoxina botulínica do tipo A para tratamento terapêutico das distonias focais e espasticidade.

No âmbito que compete à atuação do cirurgião-dentista, as principais indicações do uso da toxina botulínica incluem o bruxismo, briquismo (apertamento), DTM, hipertrofia do masseter, sialorreia, assimetria de sorriso, sorriso gengival e dor miofascial.

 

Diminuição do tônus muscular e correção do sorriso gengival (Foto: Reprodução)

O artigo Toxina botulínica: um novo caminho na prática odontológica, produzido pelos pesquisadores Marcelo Okajima Lemes de Oliveira, Carlos Alberto Hideki Maruyama e Anderson Teruo Okimoto, tem o objetivo de relatar os principais usos da neurotoxina botulínica do tipo A na prática odontológica, com a apresentação de três casos clínicos que comprovam que o uso, seguindo criteriosa avaliação clínica, aliada ao domínio da ação farmacológica e total conhecimento das estruturas neuroanatômicas envolvidas, resultam em uma melhora significativa na condição de vida dos pacientes.

Os pesquisadores afirmam que dentre as principais vantagens no uso terapêutico da toxina botulínica tipo A, pode-se citar a eficácia, efetividade, segurança, reversão dos efeitos e a redução no uso de medicação sistêmica.

Eles também rebatem os argumentos que apontam as desvantagens para uso do botox em tratamentos odontológicos como o custo elevado e a necessidade de novas aplicações. Segundo os pesquisadores, estudos de farmacoeconomia demonstram que, quando comparados aos tratamentos convencionais por meio de terapia sistêmica e/ou cirúrgica, evidencia-se a excelente relação custo-benefício da terapia, devido a melhora na qualidade de vida do paciente, diminuição no uso de drogas sistêmicas e pela possibilidade de exclusão da terapia cirúrgica.

 

Fonte: DentalPress